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sexta-feira, 18 de novembro de 2011

O Mundo

MEW DEUS A QUANTO TEMPO! Mas se vc pensava que eu falaria sobre subjetividades e etc... Sinto muito, por que vou falar sobre politica. Afinal estou com um extremo incomodo em relação ao que tenho presenciado atualmente. Basicamente vou abordar 1 tema: Questão USP.

Ao meu ver o que está ocorrendo é uma luta aos moldes oligarquicos do absolutismo, porém com um pequeno agravante: a mídia. De um lado a aristocracia que rege a USP defende a atual administração(O qual o reitor Rodas é o principal icone), do outro a mídia estrapola o senso de manipulação atacando para o lado errado e, finalmente, mas não menos importante para a analise, estão os estudantes, ou como a mídia chama: "maconheiros",protestam.

Devo esclarecer uma realidade que muitos sabem e poucos veem. A mídia só está lá a serviço da desinformação. Apartir de recortes, distorções e mentiras a máquina de alienação, como prefiro chama-la, aponta o dedo indicador para a questão da Maconha no campus. Particularmente não gosto da ideia do consumo de drogas, mas nesse caso o uso ou não dessas substâncias não é o ponto em foco. Sendo na verdade o caminho encontrado pela mídia para mascarar problemas muito mais profundos, os quais citarei depois.

Além do mais, erra quem dizer que todos os estudantes da universidade de São Paulo são consumidores de drogas(a generalização é no mínimo grosseira) e também erra ao dizer que só na USP existem consumidores de drogas e não em outras universidades. Prova deste ultimo fato é que ano passado um estudante da Mackenzie, uma instituição religiosa(presbiteriana) e em muito sentido elitizada, foi preso por traficar drogas. Logo, descartemos a opinião da mídia e também a de todos aqueles que são coniventes as "merdas" que o quarto estado divulga.

Contudo as duas grandes questões são: A presença da polícia militar e a Oligarquia empregada na organização da USP. Desde a ditadura a polícia militar se tornou um instrumento governamental de controle, herdando ainda hoje procedimentos ditatoriais. É vergonhoso admitir que ainda há tortura, que a corrupção é quase a regra, que a mídia tem o mesmo papel de alienador que em 1964, que o Brasil é aquele com mais poderoso arcenal militar para combater conflitos urbanos(somos os melhores em reprimir manifestações nas cidades; quanto orgulho. E depois acham estranho um tanque blindado subir os morros do Rio de Janeiro)... Em outras palavras, o que quero dizer é que o Brasil ainda guarda essências da ditadura e que este fato se espelha na despreparação militar para lidar com questões urbanas de modo não violento. (É rotina jogar bombas de efeito moral e usar spray de pimenta com justificativas completamente arbitrarias).

Tal questão me pareceu evidente na USP. Desde o assassinato do estudante da faculdade de economia, a policia militar foi implantada no campus e atuava de modo ditatorial. Depoimentos demonstram inumeros excessos por parte da polícia (claro que nada vai aparecer na globo, dãr). Particularmente acho sim que a segurança no campus é uma necessidade, mas no molde como a policia militar atua os efeitos negativos foram muito mais sobressalentes. Ademais, alguns fatos são ignorados: má iluminação da universidade, insuficiência dos onibus circulares e PRINCIPALMENTE o fato de que a violência urbana não é uma questão a ser resolvida simplismente com mais violencia e sim com politicas publicas. Ou seja, é sim positivo o inocênte objetivo de melhorar a segurança com a presença policial, mas não há cabimento em um retrocesso a ditadura. Enfim, não há espaço para a repressão, especialmente em um contexto universitário(onde os indivíduos possuem por esselência um imenso potêncial revolucionário/ crítico).

Quanto aos estudantes, foi errado ocupar a reitoria naquele contexto e foi errado esconder os rostos frente a uma reivindicação. Mas, é coerente (alias muito coerente) o protesto contra a oligarquia estabelecida na universidade, onde poucos tem o poder de decisão(por definição do termo que usei) e estudantes/funcionarios não possuem representatividade. A organização da USP é um verdadeiro exemplo de anti-democracia(não vou explicar todo o sistema, sugiro uma pesquisa- foda-se). Assim, a colocação da policia militar no campus não foi uma medida democratica e nem uma opinião compartilhada entre estudantes e administração.

Concluindo, a questão envolta da Universidade da São Paulo está sendo alvo de críticas superficiais, hipócritas e muitas vezes simplismente idiotas. Defendo a democratização da organização da USP, a "desditatorização" da polícia militar e a plena desalienação da opinião pública sobre o assunto. Não sei se estou sendo utópica demais...



OBS: Sugiro também um olha crítico sobre outras questões como o movimento occupywaalstreet, a contrução de Belo Monte e a "pacificação" de favelas.
OBS2: Simplesmente bizarra a campanha Gota d'agua... bizarro!!!!